A conscientização sobre os cuidados que um animal de estimação exige aliada a tecnologia provocaram mudanças nas rotinas familiares. Há 30 anos é possível que seu animalzinho era o seu cão de guarda, e hoje, ele seja um PET que ao invés de ficar ao portão, está dormindo em sua cama.
Também acredito que o seu PET está com as vacinas, consultas médicas e check-ups mais em dia que seus exames de rotina. Aliás, aposto que seu PET consultou um dermatologista ou ortopedista a menos tempo. Antigamente era raro levarmos os pets ao veterinário, isso acontecia apenas em casos de atropelamento, e olha lá!
Confesse que assim como os meus primeiros cães, os seus não comiam ração. A eles dávamos os restos do que sobrava da nossa comida. Mas vamos nos confortar ao invés de nos culpar, já que a indústria alimentícia de rações teve início há cerca de 30 anos atrás e popularizou-se agora de 10 anos para cá. Hoje eles desfrutam de ração de acordo com tamanho, raça, intolerância, índice de massa corporal, doenças cardíacas, renais, entre outras. Sem contar da existência das variedades de sabores em que o cão tem a sua preferência.
Os fatores que nos levaram a essas mudanças foram um mix de progresso na conscientização, apego e tecnologia. Você sabia que hoje em dia é possível internar seu PET doente em um quarto privativo para que você possa ser o seu acompanhante e dormir com ele? Particularmente, acho extraordinário visto que os cães, por exemplo, têm a inteligência de uma criança de dois anos. Jamais abandonaríamos uma criança da família com essa idade sozinha em um momento vulnerável. Aliás, depois que descobri sobre essa idade racional, passei a abrir a porta de casa quando a minha MEG está com medo da chuva ou dos fogos de artifícios. Pois visualizava um bebê de dois anos, temeroso, espancando a porta, pedindo socorro.
Eu que sempre fui “dona” e fã de “vira-latas”, hoje sou reconhecida como tutora de cães SRD (sem raça definida). Frescura? Respeito? Acredito que essas mudanças são simbologias do amor mesmo. Digo amor porque um estudo feito nos Estados Unidos afirma que existem áreas cerebrais em comum quando falamos com nossos filhos e nossos cachorros. Contra fatos não há argumentos. Os PETS hoje são membros da família. E como filhos. Tem uns mais mimados e outros menos. O maior problema dos PETs, ao meu ver, é a vida curta. Estima-se que entre cães e gatos, a expectativa média de vida seja de 13 anos. Não gosto nem de falar sobre a eutanásia. Eu já passei e muitos já passaram por essa decisão e é bem dolorosa.
Quando nosso PET morre temos o mesmo sentimento da perda de quando perdemos alguém da família, passamos por um luto semelhante à perda de uma pessoa querida. E esse luto não é reconhecido pela sociedade. Poderia alguém faltar ao trabalho pela perda de um PET? “Como assim?” Não ter vontade de sair de casa na semana que perdeu o seu companheiro de estimação?”
Não, não é um luto validado. Quando o assunto é a perda, quanto maior o amor, maior será a dor. Por isso o luto de cada pessoa é diferente, depende do grau desse sentimento imensurável e da dependência de quem se foi. Quanto mais apegados, mais difícil será reestruturar à nova vida. Para ajudar a elaborar esse luto é necessário despedir-se corretamente e buscarmos ferramentas assim como usamos na perda de um familiar.
Pesquisas registram quando a família passa pela perda de um pet e esse luto é “bem resolvido” esta família está preparada para receber outro animal de estimação em cerca de três meses. Já os lutos sem despedidas, sem validação, podem ser traumáticos a ponto de a família optar por não ter mais animais de estimação. Vale lembrar que não podemos mais enterrar nossos PETS em quintais, ou em chácaras da família, como fazíamos antigamente. Era muito comum, e não deixava de ser um ritual de despedida. Além da ideia não ser recomendada por especialistas, pelos riscos de doenças que podem ocorrer. É proibida por lei (artigo 54 da Lei Ambiental nº 9605/98).
A opção de cremação está cada dia mais popular já que os tutores sabem qual o destino do seu PET. Podem se despedir corretamente, homenagear e até mesmo receber as cinzas para espargir, guardar e a opção mais ESPECIAL: transformar em uma peça de cristal. A cremação veio para substituir a incineração, que por muito tempo foi sugerida pelas clínicas veterinárias aos tutores. Pois era a opção sanitária mais adequada. Na incineração que não possibilita um momento de despedida específica, a família autoriza que o PET seja coletado pela empresa gerenciadora de “resíduos”. A remoção e o tratamento são feitos geralmente, de forma coletiva.
As pessoas não aceitam mais que tratem o corpo do seu bichinho como se trata o lixo. Não querem descartá-lo como resíduo. Isso faz com que as famílias procurem a cremação e consequentemente os planos preventivos de cremação.
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